quarta-feira, 19 de agosto de 2009

TRÊS DIAS

DE PAZ E MÚSICA




Foram três dias, bicho. Três dias de musica, paz e amor. A televisão hoje dá um vôo de pássaro para as novas gerações, mostrando o espetáculo de mobilização coletiva de uma geração, ali no nosso Grande Irmão do Norte. Woodstock.. Esse nome tem poder. Tornou-se o paradigma de qualquer idéia para se fazer um bom festival de Rock,até nossos dias. E pelos desenrolar dos acontecimentos da época, marcou historicamente o aborrecimento de uma geração, a de pós-guerra, com a maneira de se fazer política interna e externa, e o prejuízo constante nas questões de justiça social. Temperada pela marcha dos direitos civis, no início dos anos 60, que ombrearam negros e brancos e uma filosofia crescente voltada para a não-violência e tolerância, aquela geração, pós Segunda Guerra, próspera e numerosa (o baby-boom dos anos 50) intuiu que seu espaço estava para ser conquistado. Beatnicks, hipsters, hippies: essas tribos passaram a freqüentar festivais ao ar-livre como Monterey, onde bandas e cantores- The Who, Hendrix ou Bob Dylan- literalmente costumavam quebrar tudo. A idéia de Woodstock seria um Monterey com mais público e mais hard, até que alguém rompeu uma cerca e o resto já sabemos. Mas, era só pela música? Roqueiros já foram rebeldes. Não confiar na rebeldia cuja finalidade é sempre desafiar o Sistema, no fundo querendo ser igual e ele, é entender que alguns foram e são revolucionários, e sempre há um tempo e um lugar. O protesto pela pazfoi da maior importância porque enquanto a nação tentava esmagar a guerrilha patriótica do Vietnam, milhares de jovens bradavam que a autodeterminação dos povos ainda estava viva,como queriam os patriarcas da América. Foi muito barulho por tudo, e no bojo dessa efervescência toda, o rock’n’roll sairia da sua posição subterrânea para um lugar visível, onde se puderam criar os anticorpos necessários para se ter um certo controle e claro,ganhar muito,muito dinheiro.
Mas quem vai dizer que não valeu a pena?