sábado, 3 de julho de 2010

LA VIE EN BLEU


Quando eu tinha dezessete e todo o direito de ser meio idiota (isso ainda é de lei?),alguém da turma sempre queria saber o que as meninas no colégio escreviam na porta do seu w.c.
Um sentimento assim meio enfant terrible, suposto rei do drible –nunca fui bom de bola.
Porém nada é melhor do que desabar das nuvens,em vez da janela do 401. Só quem chegou primeiro talvez possa contar com minúcias o que aconteceu naquela esquina do tempo. Sei
que tudo é permitido, mas nem tudo bom pra mim, enquanto as horas escoam; aqui uns pedem, outros dão propina, quem precisa nesse mundo de crack ou cocaína, no lugar de carinho e colo? Mas o caso é que é preciso muito cuidado com a tristeza; ela pode um belo dia lhe pegar pelo pé, e por incrível que não pareça, você não queira que ela vá embora.

Tive um sonho há algum tempo, pessoas na rua portavam faixas de várias cores, e eu as observava do alto de um prédio. Os dizeres para mim,na atmosfera onírica, não eram bizarros: uma faixa azul trazia escrito “não é o paraíso, é só estupidez”; outra, vermelha: “não é o que eu preciso, é só o fim do mês”; a roxa: “não é a lira do delírio, é só a lucidez”; a última, preta e sem mensagem alguma, e eu a completei mentalmente com letra brancas: “não é um jogo sujo, e eu passo a bola pra vocês”.