segunda-feira, 5 de maio de 2008

Rock em Kampos:ALTER-NATIVO OU POP?



Nesses primeiros meses de 2008, certos episódios causaram controvérsia na área musical campista,como a exigência de um teste de avaliação para os possíveis contratados da Fundação Trianon,alguns com anos de estrada e conhecidos até pelas pedras do Calçadão. Tais fatos, aliados aos escândalos político-administrativos serviram para uma coisa: ponderar o posicionamento das bandas que militam no gênero Rock. A impressão que ficou foi de um movimento que nasceu libertário, cresceu e amadureceu entre ideais progressistas, mas na pressão dos tempos de individualismo neoliberal, deu uma guinada brusca para a conquista da fama sem mérito, ou pragmatismo na busca de dinheiro sem um compromisso político.

Sem dúvida o profissionalismo exige uma assiduidade em casas noturnas;multiplicar a música rock, blues ou reggae é uma bem-vinda atitude, um equilíbrio possível contra a triste hegemonia de estilos em que não se enxerga integridade,só massificação picareta instilada pela mídia gorda. Esse esvaziamento ideológico é proporcional à proliferação de grupos voltados exclusivamente para ‘‘agradar nos barezinhos”, ou "tocar para a Prefeitura" (aquela mesma que leva meses para remunerar os músicos locais) abdicando qualquer preocupação com a busca de uma impressão digital (que será única) ou a consciência de pertencer a uma categoria que tem a missão implícita de manter o fogo aceso do caldeirão cultural.

Por sua vez, o movimento underground continua mantendo a ''pureza" inicial do R&R na sua versão século XXI, aliada às produções de poesia à margem, vídeos e trabalhos gráficos instigantes- isso é bom e produtivo, vejo e ouço uma garotada (e outros que não são tão garotos ou garotas) que não querem nem saber.

Não devemos esquecer as raízes, as lutas, as utopias, os porquês, o internacionalismo e a história da nossa aldeia, que só nós saberemos contar,com o risco de perdermos o fio da meada. Toda mobilização estética e cultural tem suas regras, mas escuto a opinião alheia, mesmo que contrária. Se há uma dicotomia aqui, é o caminho que muitos julgam como o correto: O rock goytacá tem sua vocação no ALTERNATIVO ou no POP? Gostaria de saber o ponto de vista daqueles que são do Rock. E eu os saúdo!


3 comentários:

Gustavo Rangel disse...

Fala Luiz...bom te ver por aqui meu rapaz!!! bom quanto ao rock campista, se levarmos em consideração o que chamam de pop atualmente, fico com a alternativa A, de alternativo. Rememorando bandas como TNT, Lúcia Lúcifer, Almas Rebeldes etre outras. Acho que essa é nossa vertente maior e ao meu ver o que mais se adapta ao caos político em que vivemos. Daí a importância de bandas como Avyadores e sugiro até que ela embarque nessa empreitada e siga entricheirada com essa nova via que se apresenta. Agora em se tratando de pop (popular), como dizia Humberto Gessinger, se até o papa era pop...porque então os Avyadores não seriam???!!! abs sinceros!!!

agitadorcultural disse...

O Rock em Campos não tem vocação para nada. Não acho que se possa pensar um coletivo em Campos ou um movimento quanto ao Rock. Existem bandas sozinhas. Isoladas. Cada um faz o que quer. E na verdade, nem elas realmente ligam muito para isso, se é pop ou é alternativo. Pouco importa. O legal é fazer um somzinho. Se divertir.

Se existisse outro tipo de idéias circulando por aí seria interessante ter um coletivo dos músicos "undergrounds" da cidade. Algo organizado. Algo em que os próprios músicos que acreditam no rock'n'roll, como veia artística, libertária, contracultural, de resistência pudessem organizar seus eventos com o apoio dos próprios músicos e assim divulgado de tabela para a galera.

Mas enquanto as bandas tocarem para elas mesmas nas garagens, ou esperarem do céu um mega empresário, ou ficarem competindo entre si pra ver quem é melhor, mais antigo, quem gravou primeiro o cd, etc, etc... a discussão não chegará a lugar nenhum. Apenas teremos aqueles, antes fiéis ao estilo, ao ideal, vendendo o pop, para os barzinhos, ou saindo nas repostagens de capa de segundo caderno dos jornalzinhos do interior.

abraço,

Fábio

Anônimo disse...

Acompanho sua luta em prol da valorização da cena rock em Campos de longa data. Só muito amor pelo que faz, e muita disposição para tocar muitas vezes de graça só pelo prazer de mostrar o trabalho, de sentir a resposta positiva do público cativado ao longo desses anos, um público que se renova. Enquanto isso, os órgãos públicos voltados à nossa cultura agem de forma amadora.Esse é o retrato de nossa cultura, onde o rock, o pop, o alternativo, o massificado, é tudo colocado num mesmo patamar. Por isso nós, o público que assiste shows de bandas como a sua, que compra e divulga seus cds e shows, somos os verdadeiros mentores desse cenário que se renova, e não deixamos o rock se calar.
Márcio Aquino