quinta-feira, 12 de agosto de 2010




A GRANDE ONDA QUE SUBMERGE TUDO

Inventem algo melhor que a democracia, que eu estarei dentro. Mesmo com adjetivos de estação, é possível ter-se um grau de convivência e discussão em um nível saudável,isto se quisermos,claro. Mas eu ligo o rádio, sintonizo a TV, e passo a perceber que a a Democracia tem um grande inimigo: o abominável pensamento único, ou expressão única, que em termos de mídia difusora da arte do som é resultado da manipulação do paladar do público, em detrimento da produção real e da diversidade. Entram sempre em campo os modismos espaçosos, que em vez de ocuparem lugar sem excluir, é tudo o que temos. ”Onde é que está meu rock’n’roll”,perguntava o velho mutante Arnaldo Batista em seu magnífico álbum Loki?,nos anos 70. O rock tem dessas coisas, procurar a si mesmo. Literalmente degredado e preterido pela(s) bola(s) da vez, o R&R pode ser encontrado desse jeito,como na metalinguagem do Legião Urbana,Música urbana 2: O vento forte, seco e sujo em cantos de concreto/Parece música urbana/E a matilha de crianças sujas no meio da rua/Música urbana./E nos pontos de ônibus estão todos ali: música urbana.

Se a expressão hoje soa pífia, vomitada pelas bandas teen (teen: adolescente classe- média), verdadeira antítese do que foi o BRock,(justiça seja feita) ,experimentado e conquistado nos anos 80: ou seja, a massificação de um conceito de cultura jovem.No entanto,acredito que alguma coisa vai acontecer (ou já acontece) pelas garagens e pubs da vida: alguém vai ter de contar essa história,tim-tim por tim-tim,do começo ao fim.No mais,os apreciadores do rock sabem que ele no Brasil sobreviveu à ditadura militar,à disco music,lambadas e bofetões e vai sair dessa só com algumas escoriações da marolinha com cara de tsunami,o sertanejo universo-otário.

E por último, com não menos importância: meus jovens músicos, cuidado com o ecletismo, ele pode ser a porta aberta para o mau-gosto.

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