quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ÀS VEZES DÁ VONTADE DE JOGAR UM AVIÃO EM CIMA OU
AINDA BEM QUE SOMOS DU BEM

Perdemos um pouco da nossa essência quando deixamos de lado nossa capacidade de indignação. Pretextos de sobra não faltam por essa terra de Deus,mas o pior é quando é a parte que nos toca e cerramos os olhos,deixando o caminhão nos atropelar. Sempre confiei na expressão artística como uma espécie de rebatimento,devolução,uma retroalimentação que não tem hora para acabar.

Quem é da música e escolheu (ou foi escolhido) o Rock vai se relembrar dos primeiros tempos, dos primeiros acordes na primeira guitarra (que a gente nunca esquece) e que a banda um dia já tocou diferente. Pobre/rica Campos dos Goytacazes Ausentes,com uma dezena de grupos roqueiros atirando em diversas direções,afinando a mira enquanto o planeta gira. O mesmo mundo que vai colocar cada baixista,cada guitarrista,cada vocalista ou tecladista contra a muralha e indagar “o que você ganha pensando que vai alterar o rumo das coisas?” Falando claro: a partir daí pode surgir uma relação de cinismo com a lide artística,em nome de uma equivocada busca por um ideal de “profissionalização” ,que mais tarde vai transformar o jovem músico num trabalhador alienado,aquele não sabe o motivo da festa em que toca,mais importam os (ir)reais. A Bufunfa. La plata,hermano. Mim ser um cachê killer.

São muitas as vontades nessa vida,companheiro,mas se for possível,é melhor não pisar no pescoço do próximo (principalmente se ele toca um instrumento),sendo você o darling momentâneo de qualquer situação. Puxar tapete (mesmo persa) também não vale. É pênalti. Não temos tempo a perder, porém um pouco de norte e ética são sempre bem-vindos. Finalizo aqui com um trecho de uma letra escrita por mim e minha parceira Ely Mira,e que ainda não virou rock’n’roll:


Às vezes cruzamos os braços, os dedos em figa/assistindo a briga do bem contra o mal
sem sujar nossas mãos/mesmo que nos obriguem a informar as nossas digitais e o fundo do olho,passando pelo coração /tantos erros repetidos de geração em geração.
agora, sem contar de 1 à 100: (isso é 1 refrão)/AINDA BEM Q SOMOS DU BEM.

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